O líder do Solidariedade na Câmara, deputado Fernando Francischini (PR), apresentou, na quarta-feira (2), requerimento na CPI mista da Petrobras convocando Alberto Henriques de Araújo Pereira e Bruno Lima Caldeira de Andrade, técnicos do Tribunal de Contas da União. Ambos apresentaram relatórios contraditórios sobre a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras.
Francischini destacou a contradição dos relatórios sobre a compra de Pasadena, uma vez que um isenta e o outro responsabiliza a presidente da República, Dilma Rousseff - presidente do Conselho de Administração à época -, e outros membros do Conselho da Petrobras, por exercício inadequado do dever de diligência e ato de gestão ilegítimo e antieconômico. Os relatórios recomendam, inclusive, a devolução, aos cofres públicos, de cerca de US$ 873 milhões.
"O relatório do TCU desmonta a versão do governo e da Petrobras que a compra de Pasadena foi um bom negócio. Definitivamente não foi. Comprar uma refinaria que custava U$S 42 milhões por U$S 1,3 bilhão é um negócio criminoso. Se fosse uma transação legal, o TCU não iria pedir a devolução de quase R$ 2 bilhões. Para o país foi um péssimo negócio. Pode ter sido um bom negócio para algumas pessoas, não para o Brasil", declara Francischini.
O líder do SD ressalta que o Governo Federal vem tratando as investigações da operação Lava-Jato, da Polícia Federal, como um caso envolvendo Paulo Roberto Costa, e Pasadena como se fosse um problema técnico do governo.
"É preciso confrontar os auditores do TCU que fizeram os relatorios técnicos para entender porque em um deles a presidente DIlma Rousseff é responsabilizada e no outro ela é inocentada", avalia o parlamentar.
Ainda de acordo com reportagem desta quarta-feira (02) do jornal O Estado de São Paulo, apesar de não haver consenso sobre os conselheiros da Petrobras, os dois relatórios do TCU responsabilizam os dirigentes da estatal na época em que o negócio foi fechado, incluindo o ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli.
Os dois documentos preparados pelos técnicos do TCU vão servir para embasar voto do relator do processo que tramita no órgão, o ministro José Jorge, que ainda não tem data para levá-lo a julgamento no plenário do tribunal.
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