sexta-feira, outubro 10, 2014

Entrevista do candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves

Assuntos: eleições 2014; apoios no segundo turno; denúncias
Sobre ato com aliados e campanha
 Estou imensamente feliz, hoje, por poder visitar mais uma vez o Memorial JK, no momento em que iniciamos a segunda etapa de uma caminhada em favor do Brasil que ele [o presidente Juscelino Kubitschek] sonhou e para o qual ele também trabalhou. Nada mais simbólico do que poder aqui, no Memorial JK, dar a largada para esse segundo turno, ao lado de tantas lideranças expressivas de todo o país, dos mais variados partidos políticos. E ladeado aqui por governadores como o governador Geraldo Alckmin, eleito em São Paulo no primeiro turno, o governador Paulo Hartung, eleito no Espírito Santo em primeiro turno. E inúmeros outros companheiros, senadores, parlamentares federais e estaduais, que não couberam aqui nesse recinto. Há hoje um sentimento claro de mudança no Brasil.
 Quem venceu essas eleições no primeiro turno foi o cidadão brasileiro que acreditou na nossa capacidade de mudar o nosso destino, e isso é retratado pelo resultado que tiveram os candidatos de oposição somados. Tive o privilégio, pela vontade majoritária dos brasileiros, de ser o responsável por conduzir agora, nessas semanas que nos separam da eleição, o sentimento da mudança. Da mudança consiste, da mudança de valores, da mudança da forma de gerir o Estado, de enxergar o mundo. E estou muito animado em razão das boas companhias com as quais chego a essa etapa da campanha eleitoral.
 Não vencemos absolutamente nada até aqui. O meu sentimento é de gratidão e de muita humildade. Sei que enfrentaremos ainda uma campanha extremamente dura. Aliás, essa é a forma de agir dos nossos adversários. Mas levarei comigo sempre o pensamento elevado, porque tenho absoluta convicção de que podemos dar aos brasileiros um país mais justo, que cresça mais, que gere mais empregos, que invista mais em saúde, em segurança pública, que melhore a qualidade da educação. É isso que me move. Retorno hoje a Brasília, reúno-me com companheiros de todas as partes do Brasil, encontrando um ânimo enorme em todos eles, porque muito mais que a candidatura de um partido ou de uma aliança partidária, eu sou agora o candidato da mudança. Da mudança verdadeira. E saberei honrar na campanha e, se eleito, após a posse, cada voto e cada apoio que vier a receber dos brasileiros.
 Repito para encerrar, farei essa campanha inspirado nos melhores homens públicos que esse país já produziu, entre eles Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves. Farei uma campanha olhando para o futuro e enxergando sempre um brasileiro que precisa hoje e precisará no futuro da mão estendida do Estado. É por isso que me preparei ao longo de todos esses anos, reuni os mais qualificados brasileiros de vários partidos, sem partidos, da sociedade brasileira, para nos ajudarem na construção de um tempo novo no Brasil. agradeço imensamente cada apoio, cada voto, de forma especial, através do governador Geraldo Alckmin, a companhia de tantos e tantas brasileiros e brasileiras ilustres que nos trouxeram até aqui.
 Sobre a campanha.
 A minha estratégia é vencer no Brasil e acredito piamente que venceremos também em Minas Gerais. A minha proposta é para todo o Brasil. Não serei o presidente de um Estado da Federação. Se vencer as eleições, serei o presidente de todos os brasileiros e, principalmente, daqueles que mais precisam da ação do Estado. Serei o presidente dos brasileiros mais pobres. Por mais que as lideranças do governo ou o marketing da campanha oficial continuem a manter esta visão perversa de política e de Brasil querendo sempre dividir o Brasil entre nós e eles. Não.
Eu serei o presidente de todos os brasileiros, a começar por aqueles que mais precisam. E terei como companheira de viagem nessa campanha a verdade. A verdade, a qualidade dos nossos aliados e a coragem para enfrentar as inverdades e construir um futuro novo para o Brasil. Farei a campanha feliz, alegre, de alma leve, acreditando que a minha missão é dar aos brasileiros aquilo que os brasileiros esperam. Eu não trato um adversário, e Geraldo [também não] faz isso, e Paulo [Hartung], como um inimigo a ser abatido de qualquer forma. Não, estou em uma campanha política, não estou em uma guerra.
Eu quero apresentar propostas e convido a candidata oficial, a senhora presidente da República, a fazer uma campanha de alto nível, onde ela possa dizer o que pensa em relação ao Brasil. Onde ela tenha a oportunidade de dizer de que forma vai fazer com que a economia volte a crescer, como controlar a inflação. É o que pretendo fazer, dizendo também como vamos melhorar a saúde pública, a segurança, é isso que os brasileiros esperam de nós.
Da nossa parte, não permitiremos que essa campanha se apequene, que essa campanha diminua o entusiasmo e a esperança dos brasileiros. Vou andar pelo Brasil com o mesmo entusiasmo, com a mesma serenidade e sempre em muito boa companhia, dizendo a verdade e mostrando que temos as melhores condições para que o Brasil dê um salto de desenvolvimento e na melhoria da vida dos brasileiros.
Sobre prazo para implantação do fim da reeleição.
Esta é uma questão secundária hoje, até porque não é um ato de vontade unilateral que vai permitir que a tese que defendemos seja implementada. Porque, hoje, todos os governadores, por exemplo, que foram eleitos, foram eleitos com a possibilidade de uma reeleição. Os prefeitos que estão no exercício dos seus mandatos eleitos pela primeira vez têm uma possibilidade de reeleição. Existe uma questão aí jurídica. Eu não vou antecipar as coisas. Eu sequer sou presidente da República. Vamos disputar para vencer essas eleições. E defendo, como sempre defendi, aliás, há muitos e muitos anos, a coincidência das eleições com um mandato de cinco anos sem direito à reeleição. O momento em que isso vier a ser implementado dependerá do Congresso Nacional.
Sobre novas denúncias envolvendo os Correios e prisão de colaboradores do governo e de campanha do PT.
Tive notícia de uma outra [denúncia] também, de funcionários dos Correios denunciando a utilização de Postalis. Houve agora cedo no Congresso Nacional uma denúncia extremamente grave. Também o fundo de pensão dos Correios, que vem apresentando resultados negativos, sendo utilizado para financiar campanhas eleitorais. É contra tudo isso que estamos nos colocando. Outras denúncias provavelmente surgirão. Tem aí uma delação premiada que certamente está tirando o sono de muita gente. 
Quero ter a oportunidade de, agora, com tempo maior de televisão, andando pelo Brasil, mostrar o que vamos fazer para encerrar esse ciclo perverso de governo que nos trouxe a inflação de volta e nos levou a um processo de recessão na economia, com impacto na geração de empregos, e nos trouxe ao cenário denúncias sucessivas de malfeitos, de corrupção, todos os dias.
Quero encerrar esse ciclo de governo. Reconciliar os brasileiros com o seu governo e com seu próprio futuro. Eu vou fazer a campanha da alegria e da verdade, mas, certamente, saibam que farei a campanha da coragem. Da coragem para enfrentar e superar as dificuldades do Brasil.
Em relação às denúncias, o Brasil tem hoje instrumentos institucionais que têm a responsabilidade de investigar, de apurar, de processar e, quando for o caso, de condenar. Eles devem funcionar na sua plenitude, porque não dependem - como parecem crer alguns - da ação do governo, da boa vontade do governante de plantão para funcionar. As nossas instituições estão aí, espero que todas essas denúncias possam ser investigadas, até para que equívocos ou inocentes também não sejam responsabilizados. Mas, realmente, é surpreendente a capacidade que esse governo tem de gerar notícias nesse ponto.
Sobre apoios no segundo turno.
Estou extremamente feliz por estar recebendo hoje já manifestações muito importantes de apoio. Como recebi do PPS, através do seu presidente Roberto Freire, como recebi agora do PSC, através do Pastor Everaldo, seu candidato à Presidência da República, como acabo de receber do PV, através do seu presidente Penna, também do candidato Eduardo Jorge,  e vamos aguardar que os outros partidos, no seu tempo, tomem a sua decisão. Vou esperar com absoluta serenidade.
A minha candidatura, a partir desse momento da campanha eleitoral, passa a ser a candidatura que interpreta esse sentimento de mudança. E é natural que forças que tiveram posições divergentes nesse ou naquele tema se unam no segundo turno. Aliás, o segundo turno é feito para isso, e vamos construir a nossa unidade em torno do projeto mudancista, um projeto de recuperação da ética na política, da eficiência, da melhoria dos nossos indicadores sociais, de respeito às minorias, de garantia do crescimento com sustentabilidade, melhoria da qualidade da educação, avançando no caminho das escolas em tempo integral. No fundo, as questões essenciais nos aproximam, não nos separam. Falo daqueles partidos que já manifestaram formalmente a sua posição em favor da nossa candidatura, agradeço imensamente a todos eles. Eu os quero nessa caminhada agora e vamos aguardar que os outros candidatos, ou que os outros partidos, tenham o seu tempo para tomar a sua decisão.

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