quinta-feira, janeiro 08, 2015

Declaração sobre Petrobras tirou ministério de Moreira Franco

Até o dia 1º de janeiro, o ministro da Aviação Civil, o ex-governador do Rio Moreira Franco, havia recebido sinalização da presidente Dilma Rousseff de que permaneceria à frente da pasta no segundo mandato. Ela mudou de opinião, no entanto, após ler declarações do peemedebista defendendo mudanças na direção da Petrobras. Depois de participar de um seminário do PMDB sobre reforma política, dia 16 de dezembro, no Rio, Moreira afirmou que a Operação Lava-Jato trará “profundas consequências na governança e na gestão da empresa”. Em seguida, disse que acreditava numa “mudança de tudo”. As informações são d'O Globo.

As declarações de Moreira ocorreram na semana em que foi revelado que a ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca havia alertado a atual presidente da companhia, Graça Foster, sobre irregularidades na estatal. Dilma ordenou então aos integrantes do governo que defendessem publicamente Graça e sua manutenção no cargo.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi um dos que cumpriu a tarefa. Moreira, porém, foi de encontro à determinação. Dias depois, o vice-presidente Michel Temer foi chamado ao gabinete presidencial, onde Dilma avisou que Moreira não ficaria no cargo.

O xadrez da participação do PMDB no governo estava praticamente montado por Temer e pelo núcleo político do partido. Moreira ficaria na Secretaria de Aviação Civil, como indicação do vice, e Eliseu Padilha iria para os Portos ou Turismo, indicado pela bancada da Câmara. Essa vaga estava em negociação com a bancada do Senado. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), preferia manter Vinicius Lages no Turismo, mas, naquele momento, o mais provável era que Lages virasse secretário-executivo de Kátia Abreu no Ministério da Agricultura.

Segundo o relato de peemedebistas, Temer tentou argumentar com Dilma para manter Moreira, mas ela disse que não toleraria desrespeito ao acordo de defender Graça. A garantia de que Moreira ficaria era tão certa que ele estava com a agenda organizada para a posse de Dilma e ministros, no dia 1º.

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