quarta-feira, abril 22, 2015

Prudentopolis - Gaeco aponta laranjas ligados ao prefeito....

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), apontou o uso de “laranjas” ligados ao prefeito afastado, Gilvan Agibert (sem partido), na abertura de empresas que participavam de licitações na Prefeitura dePrudentópolis, na região central do Paraná. O nome do prefeito não podia constar nas empresas que tinham contratos com o município.

Segundo o Gaeco, pelo menos duas empresas foram criadas para fraudar licitações. Uma delas é a Bortolozzo & Oliveira Ltda. Conforme o Gaeco, o nome de Agibert e do filho mais velho, Rodrigo Agibert, foram ocultados de forma proposital do contrato da empresa. Assim, ela participava das licitações do município.

Outra empresa, a Nelson Alves, registrada em nome de Nelson Alves de Oliveira, conhecido como Nelsinho, foi aberta para prestar serviços à prefeitura. De acordo com o Gaeco, Nelsinho era “laranja” de Agibert.

Em outros casos, as duas empresas não participavam das licitações, no entanto, eram subcontratadas pelas vencedoras dos processos. Conforme o Gaeco, a estratégia era usada para não levantar suspeitas.

Em uma ligação interceptada pelo Gaeco, com autorização da Justiça, Nelsinho e Rodrigo Agibert, filho do prefeito, falam sobre os valores de uma obra.

- Nelsinho: "Pois é, gastamos quatro conto e quinhentos (R$ 4,5 mil)".
- Rodrigo Agibert: "É quase só cimento e areia, né. É sete conto (R$ 7 mil) praticamente e 35 conto (R$ 35 mil) de lucro".
- Nelsinho: "Pois é, dá mais de 200% de lucro".


- Rodrigo Agibert: "Mas eu sou da opinião de acertar a tua parte, acertar a minha, acertar essa do pai".

Ainda segundo o Gaeco, o próprio maquinário e equipamentos da prefeitura eram usados pelas empresas com suspeita de irregularidade. Assim, o lucro era aumentado.

Em outra ligação, o prefeito afastado pergunta a Nelsinho se o maquinário foi liberado. A máquina era fornecida pela prefeitura com a autorização do ex-diretor do Departamento Rodoviário da prefeitura, Teófilo Halachen.

- Gilvan Agibert: "Viu, vocês estão se agilizando no troço pra amanhã, como é que é?".
- Nelsinho: "Sim, é só ver o negócio da máquina lá com o Teófilo, da betoneira que é a gasolina. O material já tá tudo comprado".
- Gilvan Agibert: "Então tem que ver, porque tinha que ir conversar já com ele".
- Nelsinho: "Não, não, sim, já mandei o negócio do contrato tudo certinho, só falta o Teófilo me mandar a máquina".

Fabrício Thomé, o advogado de defesa do prefeito afastado e do filho, Rodrigo Agibert, disse que as acusações não correspondem à realidade, e que tudo será comprovado no processo. Já Teófilo Halachen e Nelsinho não foram localizados.


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