sexta-feira, julho 17, 2015

'Doação legal pode ser crime', admite ministro da Justiça que fustiga tese de defesa de Gleisi

Contrariando o PT e o governo Dilma Rousseff, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quarta-feira, 15, à CPI da Petrobras que doações eleitorais registradas legalmente podem ser criminalizadas como fruto de propina. A fala do ministro fustiga a defesa da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) que no inquérito que responde no STF reiterou que os R$ 10,5 milhões recebidos das empreiteiras investigadas pela Lava Jato em duas campanhas (2010 e 2014) são doações registradas legalmente na Justiça Eleitoral.
 Cardoso repete a Polícia Federal que em relatórios enviados ao STF sobre as investigações de políticos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, sustentou que já "existem elementos iniciais suficientes que indicam a tipicidade da doação eleitoral como forma de corrupção". 
 Em 2010, Gleisi teve ainda a maior parte de sua campanha irrigada em R$ 3,7 milhões doados por empreiteiras. A petista recebeu R$ 1 milhão da Camargo Correa, R$ 780 mil da OAS , R$ 250 mil da UTC, R$ 250 mil da CR Almeida e R$ 220 mil da Coesa Engenharia. Em maior volume, as doações se repetiram na campanha de 2014. 
Gleisi recebeu mais 7,7 milhões. Desse montante, R$ 150 mil foram 'doados' pelo Banco Pactual, listado na Operação Lava-Jato, R$ 2 milhões da Construtora Triunfo, R$ 475 mil da Queiroz Galvão, R$ 950 mil da Andrade Gutierrez, R$ 950 mil da UTC e R$ 420 mil da Galvão Engenharia.
 No inquérito prorrogado no STF, o Ministério Público Federal investiga, além de R$ 1 milhão repassado pelo doleiro Alberto Youssef, as doações eleitorais a Gleisi nas campanhas de 2006, 2008, 2010 e 2014.

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