quinta-feira, julho 23, 2015

Enfim, a agenda

Com o enquadramento e a prisão de pessoas envolvidas no escândalo das construções escolares, o governador Beto Richa entra para valer na agenda positiva. Não importa se tenha partido dele ou não a adoção das medidas junto à Procuradoria Geral do Estado e que possibilitaram o maior esclarecimento, através de inquérito administrativo, e cederam os fundamentos para as prisões que marcam um ato de resistência, ainda que tardio, aos abusos de faturamento em obras inconclusas. 
É claro que a área de segurança, pela delegacia especializada, entrou em campo para cumprir suas funções judiciárias. Várias instituições, portanto, atuaram no episódio. E concede-se no trabalho coletivo o mérito específico que tem o governador no processo porque tudo é feito, presumivelmente, por sua orientação superior ou em seu nome. 

Como o fato veio bem depois da Operação Publicano do Gaeco em cima do arrastão fiscal, é indispensável que também aí se faça presente o governo no melhor detalhamento do alcance porque não basta mostrar frustração com a precariedade do arsenal punitivo como foi feito com nova lei que, obviamente, não alcançará os infratores de agora, mas apenas os do futuro. Todavia, se houver punição exemplar agora com empenho para fazer os dilapidadores do erário devolveram o que afanaram será, certamente, um referencial, mesmo com legislação vulnerável, para não haver reincidência. 

Um discurso forte contra a corrupção, acompanhado das providências tomadas, gerará certamente uma identificação do secretariado e dos vários estafes nesse objetivo, relevantíssimo para ficar simétrico ao lado bom dos momentos vividos pela sociedade brasileira em função da Lava Jato. Num país que anda acomodado com a fraude em nome de um pragmatismo revoltante, como esse da busca ardente de leniência para os empreiteiros apanhados com a mão no jarro, é sinal de liderança forte, ousada e disposta a romper com a pasmaceira.

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