sexta-feira, novembro 20, 2015

Syngenta é condenada a indenizar vítimas de ataque em área ocupada por sem-terra no Paraná

A multinacional Syngenta foi condenada a pagar indenização às vítimas de uma ação de seguranças armados contra integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em outubro de 2007. Na ocasião, os seguranças mataram um dos integrantes e deixaram ao menos quatro feridos no acampamento Terra Livre, em Santa Tereza do Oeste (PR), quando cerca de 200 integrantes da Via Campesina e MST, ocuparam o campo de experimento de transgênicos da transnacional, em protesto a realização de experimentos.

Empresa suíça produtora de transgênicos e agrotóxicos, a Syngenta Seeds foi judicialmente responsabilizada pela morte do trabalhador rural Valmir Mota de Oliveira, conhecido como Keno, e por ferir gravemente Isabel do Nascimento de Souza. Outros três integrantes da Via Campesina também ficaram feridos e devem ser indenizados.

Em decisão do último dia 27 de outubro do juiz de direito Pedro Ivo Moreiro, da 1ª Vara Cível da Comarca de Cascavel – a Justiça determina que a empresa indenize os familiares de Keno e a vítima Isabel pelos danos morais e materiais que causou. A ação foi ajuizada no ano de 2010.

Sobre o caso

No dia 21 de outubro de 2007, cerca de 40 seguranças da empresa de proteção privada NF Segurança atacaram o acampamento da Via Campesina, no campo de experimento de transgênicos da transnacional Syngenta, em Santa Tereza do Oeste (PR). O local havia sido reocupado por cerca de 150 integrantes da Via Campesina e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) pela manhã.

Os seguranças dispararam vários tiros em direção às pessoas que ocupavam o espaço. Segundo informações da Via Campesina, a ação teria sido promovida pela Syngenta que utilizava serviços da NF Segurança, em conjunto com a sociedade Rural da Região Oeste (SRO), e o Movimento dos Produtores Rurais (MPR), ligado ao agronegócio.

Além de Keno, os atiradores balearam e espancaram Isabel e feriram outros três agricultores.

Na área em que ocorreram os fatos atualmente funciona o Centro de Pesquisas em Agroecologia Valmir Mota de Oliveira, o “Keno”.

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